terça-feira, 27 de setembro de 2011

Bloodhound

A origem do Bloodhound é bastante nebulosa e envolve a velha rivalidade entre ingleses e franceses. Não há dúvidas de que a raça é, atualmente, a mais antiga entre os cães farejadores, mas a parte este fato, tudo é especulação.
Segundo alguns historiadores ingleses, há registros de cães parecidos com os atuais bloodhounds - grandes, com excelente faro e pelagem solta - desde 1300 na Grã Bretanha e até antes disso, na época da invasão romana. É certo, no entanto, que estes registros não são confiáveis ao ponto de se afirmar que se tratavam dos mesmos cães. Talvez trate-se apenas de cães com o mesmo ancestral do bloodhound.
Já os franceses e belgas, atribuem à origem da raça - chamada na França de Cães de Saint-Hubert, ao trabalho dos monges do Mosteiro de St-Hubert que criavam seus cães com o objetivo de oferecer ao rei, anualmente, os melhores caçadores. Esta tradição durou até 1789 e consolidou a fama do Blodhound ou Chien du St Hubert, como um excelente rastreador, orgulho das matilhas reais.
Na versão inglesa da história da raça, a presença dos monges de St Hubert é citada como tendo desenvolvido seus cães a partir de cães ingleses mas preservado suas qualidades originais e, a partir do século XVII os ingleses, que teriam acasalados indiscriminadamente seus cães durante muito tempo, encontraram nos cães franceses a possibilidade de recuperar a origem da raça. A disputa sobre a origem da raça existe até os dias atuais, uma vez que, quando a FCI - Entidade Internacional que regula a criação de cães de raça pura reconheceu o Bloodhound, o fez atribuindo a origem da raça à Bélgica e o nome oficial da raça é Chien de St-Hubert.
Independente do seu país de origem, o fato é que o Bloodhound foi desenvolvido primariamente para ser um um cão rastreador, e era utilizado pelos caçadores na caça de grandes animais de pelo, como cervos. Os monges, aproveitando seu excepcional faro, deram início à sua utilização como cão de rastreamento para a procura de peregrinos que se perdiam nos bosques. Graças à essa qualidade, os Bloodhounds, que perderam espaço com os caçadores por sua lentidão, ganharam uma nova função junto às polícias e corpo de bombeiros de diversos países, incluindo França, Bélgica, Inglaterra e Estados Unidos. A tenacidade com que o Bloodhound é capaz de seguir um rastro rendeu-lhe a fama de ter o melhor faro do mundo, qualidade comprovada por inúmeras histórias em que cães da raça foram capazes de seguir um determinado rastro por mais de 10 dias. Para manter a tradição do excelente faro, é muito comum a realização de provas de faro por diversos clubes especializados da raça.
O Bloodhound foi, ainda, utilizado na formação de inúmeras raças caninas, onde, na maior parte das vezes, contribuía com o aguçamento do faro, como o Braco Alemão, além, naturalmente, de ter sido fundamental no desenvolvimento de outros cães farejadores, como o Beagle, o Basset Hound, o Fox Hound Inglês e Americano.

Dono de uma aparência singular, o Bloodhound conquistou destaque ainda por ter sido o inspirador do personagem Pluto, de Walt Disney. No Brasil, talvez por seu tamanho, a criação de Bloodhound é bem restrita.



O Bloodhound é um cão de personalidade pacata, de grande porte e profundamente ligado à presença de seus donos. Por seu porte grande, são cães que têm um grau de atividade relativamente baixo, mas não dispensam a possibilidade de exercitarem-se, precisando, para isso, de um bom espaço ao ar livre, sendo contra-indicado para aqueles que moram em casas pequenas ou apartamentos.
Normalmente são muito dóceis e afáveis mesmo com estranhos. Por isso, apesar do tamanho avantajado, no máximo poderão ser cães de alarme, não sendo indicados para exercer a função de guarda.
Com as crianças, os Bloodhounds são especialmente pacientes, mas seu tamanho grande e seu jeitão ligeiramente estabanado não o indica para conviver com crianças muito pequenas ou na ausência de supervisão de um adulto, uma vez que podem facilmente derrubá-las durante uma brincadeira. Os bloodhounds convivem bem com outros cães e até mesmo com gatos desde que este convívio seja bastante precoce.

No quesito obediência, o Bloodhound não está entre os 10 mais e é conhecido como um cão bastante teimoso. Na classificação do pesquisador Stanley Coren, em seu livro ‘A Inteligência dos Cães’, o Bloodhound ocupa a 74ª posição entre as 133 raças pesquisadas. Isso não quer dizer que seja um cão que ´não aprende´ e sim que o seu proprietário deverá empreender esforços sistemáticos e consistentes para que o Bloodhound obedeça às ordens dadas.



Os filhotes, ainda que tenham a energia da infância e a necessidade de espaço para brincar e se exercitar, são bem mais tranquilos do que filhotes de outras raças do mesmo porte. Num livro chamado ´The Perfect Puppy for You´, em que as raças são avaliadas quando filhotes em diversos aspectos, nenhuma é menos ativa do que o filhote de Bloodhound. Apesar disso, é importante que o futuro proprietário não se iluda com isso: os filhotes crescem e precisam, acima de tudo, de espaço para exercitarem-se adequadamente.
Por se tratar de um cão que, adulto, terá um porte grande, é absolutamente recomendável que o proprietário tenha em mente esse aspecto quando iniciar a educação do filhote. Para que o convívio seja mais tranquilo é bastante recomendável que participe desde cedo de aulas de obediência.

Não é a raça ideal para quem tenha que deixá-lo sozinho por longos períodos de tempo, uma vez que sua função primordial de rastreador faz com que esteja sempre procurando algo para fazer e, caso não encontrem nada ‘útil’, certamente poderão inventar brincadeiras que nem sempre serão aprovadas pelos donos.
Um aspecto importante é tomar extremo cuidado com a condução do seu cão, sempre na guia, evitando assim que ele descubra algum odor fascinante e saia em busca de sua origem.






O Bloodhound tem pelagem curta e o pelo pode apresentar várias cores: preto com manchas em tom de canela (tan), avermelhado com manchas em tom de canela, amarronzado com manchas em tom de canela, inteiramente avermelhado. Em todas as cores, aceita-se uma pequena mancha branca no peito e nas patas e as marcações são sempre aquelas características à todos os cães farejadores.

Imagem do site SHERICK'S BLOODHOUNDS

Apesar de ser uma raça bastante resistentes os Bloodhounds precisam de alguns cuidados especiais:



   

Bichon Frisé

 
bichon2.gif (23186 bytes)O Bichon Frisé, também conhecido como ‘Tenerife", tem uma origem bastante controversa e antiga. Parece ser consenso entre os historiadores que o Bichon tenha surgido nos países do Mediterrêneo, especialmente na Itália. Segundo estes cinólogos, o Bichon teria surgido a partir do cruzamento do Poodle com o Maltês.
Outras correntes, afirmam que o Bichon teria sua origem na ilha de Tenerife, pertencente ao arquipélago das ilhas Canárias na costa da Espanha.

Imagem do site Live Stuffed Toy
Sua disseminação na Europa ocorreu por volta do século XV, quando passou a ser adotado pelas famílias reais. O rei Henrique III, adorador de cães pequenos e peludos, o adotou entre seus preferidos e tamanhos eram os ‘gastos’ com seus pequenos, que chegou a causar polêmica entre os demais membros da corte. Por sua influência, os bichons tornaram-se praticamente obrigatórios nas cortes européias, até Napoleão III, quando começou a decair na preferência da nobreza e, simultaneamente, atrair as atenções das famílias ‘comuns’.

Com a primeira Guerra Mundial, a criação foi severamente ameaçada e diante do risco de extinção, o Kennel Club Francês empreendeu grandes esforços no sentido de recuperar a raça, que foi reconhecida oficialmente em 1934 e internacionalmente apenas nos anos 70 (em 72 pela FCI e em 73 pelo AKC).
No Brasil a criação dos Bichons tem aumentado nos últimos anos, mas ainda é muito comum que os cães sejam confundidos com os Poodles.


WINSTON OF STARLIT.jpg (5795 bytes)O Bichon é um cão extremamente ativo, divertido e amistoso, sempre disposto à procurar agradar ao dono e estar em sua companhia. Expansivo e alegre, é muito sociável com pessoas e outros cães.
Por suas qualidades de cão de companhia, o bichon é muito usado como auxiliar em terapias humanas que envolvem a presença de animais. Seu tamanho e aspecto ajudam no relacionamento com os pacientes enfermos, que são estimulados pela sua aparência e docilidade.
Apesar do tamanho e aspecto de pelúcia, é um cão que assume perfeitamente um papel ‘esportista’, participando com sucesso de competições de agility, flyball, entre outras. Gosta de ter espaço para correr e brincar.
O Bichon tem também um especial talento para travessuras, o que pode surpreender quem adquiriu o cão apenas por sua aparência. Apesar de adaptar-se muito bem a apartamentos, os Bichons precisam gastar sua energia em passeios diários. Mesmo sendo um cão de aparência frágil, aguentam facilmente longas caminhadas ao lado do dono.
No livro "A Inteligência dos Cães", de Stanley Coren, o Bichon está na 45ª posição entre as raças pesquisadas.

Marie-lakesid.jpg (21097 bytes)
Os Bichons devem perceber desde cedo, quais os limites para suas travessuras. São cães que costumam aprender logo o lugar correto para fazer suas necessidades.
Se for preciso deixá-los longos períodos sozinhos, os donos devem acostumá-los desde a fase de filhote incentivando-o a não latir em seus períodos de ausência. Mas o principal para o sucesso de uma boa educação será a postura dos donos que não devem deixar-se levar pelo aspecto frágil do filhote, mimando excessivamente o cão.

Filhotes2-lakeside.jpg (14366 bytes)Até os 4 meses o Bichon tem o pêlo de ‘filhote’, que deve, como o poodle, ser tosado completamente (menos o rabo) para que então seja substituído pela pelagem mais encaracolada do Bichon adulto.
Há filhotes que nascem com manchas abricó, creme ou cinza nas orelhas e, eventualmente, no corpo, que podem ou não sumir com o tempo, alguns meses ou anos depois. A FCI pede branco puro e o AKC aceita as manchas se não ultrapassarem cerca de 10% do corpo.
Quando se for escolher um filhote, deve-se observar a posição da cauda que é portada erguida, curvada sobre o dorso, sem tocá-lo, e nunca enrolada.
Outra questão importante ao adquirir um filhote é não se enganar com anúncios que oferecem exemplares "micro". Segundo criadores, adultos com menos de 20cm podem apresentar distorções físicas, como focinho bicudo, olhos saltados e cabeça maior e desproporcional ao corpo e alterações de temperamento ou saúde.
Imagem do site Bichon in Germany
A altura considerada mínima, para a raça manter proporções corretas, é estipulada pelo AKC - American kennel Club, em 24,13cm. A FCI não determina a altura mínima, mas há um consenso de que esta não deve ser inferior a 25cm. Por outro lado, cães com mais de 30cm (altura máxima pelos dois padrões) também não são recomendados. Tendem a desproporções como pernas longas, o que é incorreto, pois o Bichon deve ser mais comprido que alto.


Bichon frise-corel.JPG (9821 bytes)O Bichon, como todo cão de pelo longo, precisa de cuidados especiais para manter-se bonito e limpo.

É absolutamente essencial que seja penteado diariamente para evitar a formação de nós. Os banhos podem ser também semanais e, se levados para a tosa em pet shops, é recomendável ressaltar que se trata de um Bichon e não de um Poodle e assim, precisa ser tosado de acordo com o padrão da raça.
toni10.jpg (9357 bytes)
A raça permite dois tipos de corte dos pelos, sendo que a mais comum no Brasil e nos EUA, ressalta o aspecto ‘arredondado’ do Bichon é chamada de Powderpuff.




Imagem do site Live Stuffed ToyO Bichon tem certa tendência à engordar, por isso, sua alimentação deve ser bem orientada pelo veterinário.
Pode ainda apresentar manchas avermelhadas ao redor dos olhos e embaixo do focinho, devido à acidez das lágrimas e saliva.

Costumam apresentar alguns problemas de pele e alergias, que devem ser tratadas com orientação do médico veterinário.

 

Bernese Mountain Dog

  A origem do Bernese Mountain Dog (conhecido também como Berner Sennenhund ou Bernese Cattle Dog) é bastante polêmica, uma vez que se trata de uma raça bastante antiga. As primeiras teorias davam como certa que a raça descendia do Dogue do Tibet, que teria sido introduzido na região durante a invasão romana há 2 mil anos.
No entanto, muitos historiadores e estudos mais recentes afirmam que não há nenhuma comprovação desta teoria e que a raça seria originária da própria Suíça, onde estes cães são utilizados há séculos pelos fazendeiros como auxiliar na condução de seus rebanhos, na guarda e proteção das propriedades e animais e ainda como animal de tração, sendo responsáveis pelo transporte dos latões de leite entre as fazendas e as queijarias próximas, o que lhe valeu o apelido de cão queijeiro. Ainda hoje muitos clubes americanos e europeus realizam provas em que os Berneses são testados quanto à sua habilidade de puxar as pequenas carroças (sledding).

O Bernese é a mais conhecida das 4 raças de boiadeiros suíços - as outras três são o Swiss Mountain Dog, Appenzel Mountain Dog, e o Entlebucher Sennenhund - e como todas as outras sofreu um forte declínio com a industrialização das atividades que anteriormente exercia, chegando a correr risco de desaparecer se não fosse pela dedicação do professor Albert Heim, criador de Terranovas e que se interessou pelos Berneses no início do século 20.
O primeiro clube da raça surgiu em 1907, e era chamado de Clube Suíço do Cão de Dürrbäch. O principal objetivo do clube foi promover encontros entre os criadores procurando homogeinizar o plantel e assim melhorar a qualidade e resistência dos cães. Na década de 40 a introdução de acasalamentos de Berneses com Terranovas, aumentou o tamanho dos exemplares e suavizou seu temperamento. Este processo culminou com a criação do padrão oficial da raça, publicado pela primeira vez em 1973.



Os Berneses originalmente eram cães de trabalho, encarregados de inúmeras funções na vida cotidiana das fazendas. Eram ainda muito apreciados por suas qualidades como cão de guarda, uma vez que a raça apresenta forte senso de território e um comportamento reservado com estranhos.
Nos dias atuais a grande maioria dos Berneses é utilizada apenas como cão de companhia, função para a qual tem todas as qualidades necessárias, principalmente o fato de serem extremamente apegado aos membros da família, aos quais seguirá por onde quer que precisem ir.
Sua orientação às pessoas é tamanha que são utilizados em seu país natal como cães de salvamento.
Mesmo sendo cães de grande porte, não se acostumam facilmente com a vida de ‘cão de quintal’ e que também não suportam bem longos períodos de solidão. Precisam de muito contato humano e seu comportamento calmo e tranquilo, aliado ao fato que raramente latem à toa, facilitam sua convivência como membros da família.
Para que possam desenvolver-se bem, tanto física quanto intelectualmente, precisam de espaço para poder exercitarem-se apesar de não serem do tipo que ficam em constante atividade. Para a manutenção de sua boa forma, caminhadas moderadas são altamente recomendadas.
Até por sua utilização inicial como cães de pastoreio, quando aprenderam a não caçar os animais da fazenda, normalmente têm bom relacionamento com outros cães e animais. Por esta característica também não são eficientes como cão de caça e nem mesmo como retrievers.
Com crianças são especialmente pacientes e delicados. Aguentando bem as brincadeiras mais estabanadas.
No ranking de inteligência de Stanley Coren, publicado em seu livro "A Inteligência dos Cães", os berneses aparecem na 22ª posição.


Imagem cedida pelo Canil Moabom


O filhote, assim como o adulto, requer supervisão e interação constante com os donos para que possa realmente conviver no ambiente familiar. Por isso, o dono deve estabelecer desde cedo limites claros para o cão. Por se tratar de um cão extremamente orientado para as pessoas da família, normalmente os melhores resultados de adestramento serão obtidos com a participação de toda a família. A raça é considerada tardia em termos de amadurecimento emocional e por isso o processo de educação pode e deve ser realizado durante um período mais longo.
Como as escovações farão parte de seu cotidiano, o filhote deve ser acostumado ao ritual de limpeza e manutenção desde cedo.


A cor dominante do Bernese é o preto, que deve ser intenso, com as marcações em castanho bem definidas na face, por cima dos olhos, nas patas e no peito. O peito do Bernese necessariamente deve ser branco, e esta mancha deve ser, preferencialmente em forma de cruz. As patas podem ter pelagem branca desde que não ultrapasse o início das pernas.
O pelo do Bernese é fino e comprido e para que seja sempre saudável, escovações são fundamentais, bem como uma alimentação equilibrada e balanceada.


Apesar de seu aspecto robusto e saudável, a raça apresenta predisposição a alguns problemas genéticos, o que aumenta em muito a importância de se adquirir um cão de um criador consciente e que tenha programas sérios de acasalamento e de reprodução.

Os principais problemas da raça são:
  • displasia coxo-femural – má formação no encaixa da cabeça do fêmur com a bacia
  • câncer – segundo estudos do Bernese Mountain Dog Club of America, cerca de 9,7% dos exemplares americanos desenvolve algum tipo de câncer.
  • Atrofia Progressiva da Retina – pode levar o cão à cegueira

domingo, 18 de setembro de 2011

Bearded Collie

 
A origem do Bearded Collie é controversa, existindo inúmeras teorias a respeito das raças que teriam constituído os primeiros exemplares.
A teoria mais aceita é a de que tenha se desenvolvido na Escócia a partir do acasalamento de cães como o Poland Lowland Sheepdog (Polski Owzcarek Nizinny) e o Komondor, além de outros cães de pastoreio locais, selecionados por suas características no exercício da função.
A principal característica que buscavam os pastores, era um cão que fosse resistente e independente, que pudesse trabalhar com as ovelhas tendo que ´tomar suas próprias decisões´.
Graças à sua habilidade no trabalho, foram fundamentais para as travessias de gado das Terras Altas para os mercados nos séculos 17 e 18.
Embora tenha ganhado alguma popularidade nas exposições no final do século 19, a raça quase foi extinta com o evento da Primeira Guerra Mundial, e foi salva em meados de 1940 pela Senhora Wendy Willinson, que havia encomendado um filhote de Pastor de Shetland e para sua surpresa recebeu um filhote de Bearded Collie. Apesar do engano, acabou encantando-se pelo temperamento, inteligência e instinto de pastoreio do filhote, e decidiu mantê-lo. Graças aos seus esforços, voltou a promover e incentivar o desenvolvimento da raça. Hoje é possível traçar a maioria dos pedigrees até seus dois primeiros beardies, Jeannie e Bailey of Bothkennar. A raça foi reconhecida pelo The Kennel Club em 1959. Nos Estados Unidos, este reconhecimento se deu apenas em 1977 e no Brasil ainda existem poucos exemplares.


Apesar de seu início como cão de pastoreio, os bearded collies foram, paulatinamente, perdendo espaço para outras raças na função, mas seu temperamento alegre e disposição para as atividades fizeram com que ganhasse destaque como cão de companhia ou de exposições.
Por ser um cão muito ágil e resistente, atua com muito sucesso em competições de obediência e agility.
São cães que demandam exercícios para que possam se desenvolver bem e não adquirir hábitos destrutivos. 30 minutos de exercícios diários são o suficiente para os Beardies. Como foram desenvolvidos para que pudessem atuar praticamente sozinhos com as ovelhas e o gado, tendem a ser cães mais independentes e menos afeitos à obediência. Por isso mesmo, qualquer treinamento nunca deve ser repetitivo, pois se entediam facilmente. Na classificação do estudioso Stanley Coren, publicada no livro ‘A Inteligência dos Cães’, ocupam a 34ª posição entre 135 raças pesquisadas.
São cães dóceis e confiáveis, e não devem demonstrar traços de timidez exagerada ou agressividade e, ao contrário de outros cães originalmente de pastoreio, não são cães que devam ser utilizados para guarda, já que não possuem instinto territorial muito intenso. Podem ser utilizados como cão de alarme.
Com os humanos são cães carinhosos, sem fazer o tipo ´grudentos´. Apesar disso, não gostam de ficar longos períodos sozinhos. Precisam participar da vida da casa e sentir que existe um ´dono´ por perto.
Por seu passado de pastor, costuma dedicar-se igualmente a todos os membros da família, sem eleger único dono. Cuida de todos, e gosta de ver sua família reunida, como um rebanho.
Com crianças, é extremamente paciente e especialmente brincalhão. todo cuidado é pouco, uma vez que sendo um cão muito delicado e frágil, pode se machucar facilmente em uma brincadeira mais estabanada. Como praticamente todas as raças de pastoreio, costumam se dar bem com outros cães e mesmo com outros animais que certamente vão ser pastoreados pelos Beardies.


São bastante curiosos e seu olhar e comportamento demonstra isto claramente. Estão sempre dispostos a conferir tudo de novo que passa em seu caminho.
Os filhotes nascem com uma coloração intensa, mas mesmo os criadores experientes não prevêem qual a tonalidade definitiva dos cães quando filhotes. Somente após os quatro meses, a tonalidade começa a variar e é normal que a pelagem clareie, em muitos casos chegando a ficar totalmente branco, voltando a escurecer a partir do segundo ano.
Por sua característica de independência, os filhotes devem aprender rapidamente que devem obedecer e precisam ser estimulados à obediência desde cedo, caso contrário podem desenvolver um traço forte de personalidade dominante e o convívio pode ser bastante difícil.

Picture from The Spirit of Spring
A raça pode apresentar-se nas cores preta, azul, marrom e areia, com ou sem marcas brancas e com diversas tonalidades, variando por exemplo, na cor preta, do preto intenso ao cinza ardósia.
Durante sua vida a tonalidade irá variar, porém a partir de três anos esta variação passa a ser mínima e já se sabe a tonalidade definitiva. A variação ocorre dentro de uma mesma ninhada, entre irmãos e podem também nascer todos de uma única cor, ou mesmo as quatro cores na mesma ninhada. A regra aqui é ditada por um fator genético bem complexo, baseado nos pais e nos fatores que os mesmos carregam.
O pelo abundante dos Beardies, precisa de cuidados para que se mostrem limpos e sem nós. Deve-se acostumar o filhote desde cedo com a rotina de escovações. O ritual de escovação deve ser repetido pelo menos 1 vez por semana, quando os cães estão na fase adulta. Entre 9 e 18 meses, quando trocam o pelo de filhote pelo de adulto, precisam de escovação a cada 3 dias, para remoção dos pelos que estão se soltando. Deve-se evitar os banhos excessivos que podem danificar o pelo do cão.


Os Beadies são cães muito rústicos, com poucos problemas congênitos específicos da raça. Como não se trata de uma raça muito popular, os criadores em todo mundo são bastante conscienciosos para a realização de acasalamentos, procurando excluir do plantel exemplares problemáticos.
  • A raça é sujeita a Alergias, que ocorrem por herança genética. As manifestações alérgicas podem ter diversas causas, desde picadas de insetos a remédios. As conseqüências vão de coceiras a reações violentas, às vezes fatais.
  • Displasia coxo-femural

Beauceron

 
O pastor Beauce ou Beauceron é uma das mais antigas raças de cães pastores da França, utilizado como cão de guarda e cão policial, principalmente por sua rapidez e coragem. E atualmente é uma das raças mais populares em seu país de origem, onde, a cada ano crescem os registros de nascimentos de filhotes. Apesar do nome da raça, o Beauceron não se originou na região de Beauce e sim na de Brie, mas, segundo alguns criadores, é provável que o nome tenha sido adotado porque, no passado, a raça tornou-se mais numerosa em Beauce do que em Brie.
Também chamado pastor francês de pêlo curto ou bas rouge (isto é "meias vermelhas" pelas manchas cor de fogo nas garras). O pastor de Beauce é mais alto e mais robusto do que o Dobermann, raça a quem se assemelha e não são poucos os que vêm nesta antiga raça francesa a origem do mais moderno cão de defesa alemão.
Segundo historiadores, o pastor de Beauce descende de um cão muito mais primitivo, de pêlo duro e aspecto selvagem, no qual atuaram minuciosos processos seletivos. O primeiro registro de um cão com a denominação "Pastor de Beauce"  aconteceu em 1893. E a partir daí, a raça começou a despertar o interesse de numerosos cinófilos; desde então, sua criação tem-se estendido notavelmente. O primeiro padrão oficial da raça foi escrito por M Paul Megnin que, em 1922 fundou o Club des Amis du Beauceron.
Originalmente utilizado como cão pastor pelos franceses que tinham criações nas planícies, o Beauceron ganhou espaço junto a diversos outros campos de atividade, sendo também aproveitado para guarda, guia de cego e cão de polícia. Foi amplamente utilizado pelo exército francês durante as duas Grandes Guerras. Atualmente, destaca-se principalmente como guardião.
No Brasil, ainda são poucos os criadores da raça, que tem tudo para se tornar mais popular.




Segundo os criadores, o Beauceron é um cão bastante obediente e que aprende com facilidade. Possui um forte instinto de proteção e, como grande vantagem, não possui o espírito altamente dominante comum a muitas das raças usadas na guarda. Apresenta também tem ótimo desempenho em competições de ataque e defesa assim como em treinamentos específicos como cão de salvamento em escombros.
Combinando com seu aspecto rústico, é um cão muito sólido e resistente e, também, bastante curioso e sociável, não sendo excessivamente desconfiado ou agressivo.
O Beauceron tem, até em razão de sua funcionalidade original, uma índole mais independente, o que não significa que não seja um cão bastante apegado aos seus donos. Como todo cão de pastoreio, pode viver tranquilamente do lado de fora da casa, mas deve ser um integrante da família a quem protegerá.
Além de atuar com muita eficiência na guarda, o Beauceron também é utilizado em pet terapia, Schutzhund, French Ring, detecção de drogas em aeroportos, agility, pulling e mushing, só para citar algumas outras atividades nas quais se destaca. É a sua versatilidade que explica também a crescente popularidade que a raça tem conseguido não apenas na França, mas, a partir dos anos 60, no resto do mundo.


A escolha do filhote é um fator extremamente importante na decisão de ter um Beauceron. O futuro dono deve, antes de mais nada, certificar-se da seriedade do criador e dos cuidados com a seleção das matrizes quanto ao temperamento, afinal, trata-se de um cão de grande porte e que precisa ter um dono experiente e cuidadoso.
Sua vivacidade e energia, fazem dos filhotes excelentes companheiros de proprietários mais ativos. Como crescem rápido, deve-se tomar algum cuidado para estabelecer o contato entre os Beauceron e as crianças muito pequenas.
São cães de amadurecimento tardio, consideram-se adultos apenas por volta dos 2 anos de idade. Outro cuidado importante é com a socialização dos filhotes, que deve ser incentivada após o término das vacinas.
O corte de orelhas é atualmente proibido na Europa mas não no resto do mundo.


O pêlo do beauceron é forte e firme, rente na cabeça e assentado no corpo. As ancas e a cauda são franjadas. Na espécie padrão, a pelagem é negra e avermelhada, mas o vermelho só deve ocorrer na extremidade dos membros, no chanfro, nas arcadas superciliares e ao redor do ânus. Mas existem outras variedades, como a dinamarquesa (cinza com malhas negras) e a ruiva.




O Beauceron como a grande maioria dos cães de grande porte e de crescimento rápido, está sujeito à displasia coxo-femural e de cotovelos. Caso vá adquirir um filhote, certifique-se de que os pais tenham sido examinados e que tenham sido aprovados pelas radiografias.