terça-feira, 27 de setembro de 2011

Boxer

Originário da Alemanha, a diversidade marca o Boxer desde o seu aparecimento. Ele descende de cães usados na captura de animais de grande porte como cervos, ursos e bisões denominados pelos alemães de beissers (mordedores) que eram proganatas, ou seja, tinham a arcada dentária inferior mais para a frente do que a superior. Subdividam-se conforme sua funções em Bullenbeisser (Bulle=touro), Büffell-beisser (Büffell=búfalo) e Bärenbeisser (Bär=urso).
No século XVI apareceram na Inglaterra os bullbaitings, combates a touros, em que se utilizavam principalmente o Bullenbeisser, que era o menor deles. Surgia assim o Bulldog, mais semelhante ao Boxer atual do que ao Bulldog Inglês, mas que, no início do século XIX, começou a entrar em extinção. Para que a raça não desaparecesse, os alemães, através da criação selecionada chegaram a um cão satisfatório, porém menos prognata que o desejável e para manter o aspecto prognata da raça, utilizaram o Bulldog Inglês, resultando daí a raça Boxer. Apesar da origem germânica, a raça manteve o nome inglês "Boxer" aparentemente para satisfazer aos ingleses que reivindicavam a paternidade da raça.
Novamente para Alemanha, o Boxer começou a mudar em termos de conformação, e os criadores procuravam obter um animal mais elegante, com patas mais longas e retas, que pudesse ser utilizado para acompanhar as carruagens. Com essa mudança de função, iniciou-se também a transformação do antigo gladiador de touros para o atual cão de guarda e companhia.
A primeira vez que se exibiu um Boxer em uma exposição foi em 1895, na Alemanha. No ano seguinte, em Munique, era fundado o Boxer Clube Alemão. Em 1905, clubes de raça da Suécia, Holanda e vários lugares da Alemanha, estabeleceram regras de tipo e criação e alguns anos depois, com base em um exemplar considerado próximo ao ideal, foi feito um padrão para o Boxer.
Com o advento da 1ª Guerra Mundial, a criação alemã sofreu muito e só após a década de 20 é que o boxer voltou a se desenvolver como cão de trabalho. Com a 2ª Grande Guerra, e com o reconhecimento das qualidades da raça como cão de guarda, até mesmo as forças aliadas - e sobretudo os americanos - compraram muitos reprodutores e matrizes para exportá-los para os Estados Unidos. Conscientes do perigo que a exportação em massa dos exemplares poderia ocasional à criação nacional, os alemães iniciaram um processo de restrição das exportações.


Diferentemente de muitas raças que se transformam em "moda" e do mesmo jeito que aparecem, desaparecem, o Boxer é uma raça de presença estável e constante. Isso se deve, em grande parte, às suas melhores qualidades de guardião e principalmente, pela enorme paciência que demonstra ter com as crianças da casa, qualidade esta que o qualifica como excelente e fiel babá. É um cão que, mesmo no decorrer das brincadeiras está sempre atento a qualquer possível ameaça aos seus "pequenos donos".
O sucesso da raça em todo mundo deve-se a diversos fatores: seu porte médio que facilita sua adaptação a qualquer tipo de espaço, seu aspecto forte e robusto, a pelagem curta (que demanda poucos cuidados) e, acima de tudo, à sua excelente performance como guardião.



Tem excelente caráter e mesmo adulto adora brincadeiras, o que lhe credita ainda mais pontos junto às crianças e, claro, junto aos pais delas. É extremamente sociável (desde que esteja acompanhado por pessoas da família) e bastante inteligente. Segundo a classificação do pesquisador Stanley Coren, em seu livro A Inteligência dos Cães o Boxer figura no 48º lugar na classificação de inteligência para obediência e trabalho.
Existem basicamente dois tipos distintos desenvolvidos para a raça: o boxer de linhagem tradicionalmente alemã, mais encorpado e robusto; e o de linhagem americana, mais leve e ágil.
Para quem busca um cão de guarda, é essencial a busca por uma linhagem tradicional na função, uma vez que com o desenvolvimento da raça algumas linhagens têm se mostrado pouco afeitas à função de guarda. Na Alemanha, onde há as provas de seleção, os cães são analisados não apenas na sua estrutura física mas também quanto ao caráter e disposição para o trabalho.
Sua energia e vigor fazem com que seja indicado para quem tenha um bom espaço externo para que o cão possa, de fato, se exercitar. Além disso, é altamente recomendado que o proprietário possa proporcional exercícios extras, como caminhadas e corridas. Por seu físico bem delineado e força, é extremamente recomendado para quem procura um companheiro para os esportes, especialmente porque o Boxer é um cão extremamente dedicado ao seu dono.


Como todo filhote, são brincalhões mas exigem do dono uma postura forte, uma vez que o Boxer precisa ter bem claro quem é o líder da casa. Por seu tamanho e força, é aconselhável que os cães passem pelo adestramento de obediência, uma vez que suas brincadeiras e jogos podem, facilmente, derrubar seus donos. A idade ideal para o início do treinamento é entre 5 e 6 meses. Já o adestramento para ataque é questionado por muitos criadores.
Com o objetivo de evitar problemas de temperamento futuros, como a agressividade excessiva, deve-se socializar o filhote, permitindo que estabeleça contatos com as visitas e com outros cães. A raça normalmente na fase adulta não costuma aceitar muito bem o convívio com outros cães especialmente do mesmo sexo.
Para quem está pensando em adquirir um filhote, a recomendação é que, ao examinar os "candidatos" procure observar se o prognatismo não é excessivo (língua entre os dentes) e se a boca não é torta. O focinho deve ter a metade da medida da cabeça e, para os machos, é importante verificar se possuem os dois testículos. Os olhos devem ser escuros (ao nascer eles são claros).
Segundo o novo padrão da raça, os filhotes não precisam mais sua cauda amputada e nem mesmo o corte das orelhas é obrigatório para a classificação dos cães em provas
O Boxer usualmente vive até 10 anos de idade e nesta fase tem tendência a desenvolver sintomas de reumatismo.


O padrão da raça determina também o tipo de cor: deve ser castanho ou tigrado, sendo permitido apenas que um terço do corpo seja branco.
O padrão definido pelos clubes desde 1925 não permite o Boxer totalmente branco, com apenas pequenas manchas nos olhos ou no dorso. Assim, mesmo quando nascem filhotes brancos de pais com pedigree, estes não recebem registro. Alguns os chamam de albino, porém esta denominação não é correta, pois em cães a cor branca não é necessariamente vinculada ao albinismo, e na maioria das vezes, o Boxer apesar de ter pelagem branca tem pigmentação.


Boston Terrier

A origem do Boston Terrier é bastante controversa. Alguns historiadores afirmam que trata-se de uma raça desenvolvida completamente pelos americanos, a partir do acasalamento de de cães britânicos. Outros afirmam que foram criados em Boston, Massachusetts, no final de 1800. De qualquer forma, a hipótese mais aceita é a de que o Boston Terrier seja a primeira raça totalmente desenvolvido nos Estados Unidos. Mas isso não elimina outra controvérsia: quais os cães utilizados para a formação da raça? Novamente sobram teorias... alguns acreditam que tenha em sua origem o cruzamento de Bulldog Inglês, o Bulldog Francês, o Pit Bull Terrier, o Bull Terrier, White English Terrier e o Boxer. Outros apostam ser o cruzamento de Bull Terriers e Bulldogs.

O reconhecimento da raça foi também cercado de polêmicas... Inicialmente, os novos cães eram apresentados como Bull Terriers, e em 1981, fundaram o American Bull-Terrier Club, em 1989, o que gerou protestos dos criadores, dadas às diferenças morfológicas entre os cães, especialmente quanto à forma da cabeça. Justamente por isso, o primeiro pedido de reconhecimento dos exemplares foi negado pelo American Kennel Clube. Mas os criadores não desistiram e rebatizaram a entidade como Boston Terrier Club of America, buscando assim realmente diferenciarem-se dos demais criadores. Novamente o American Kennel Club foi consultado para a aceitação da nova raça, e desta vez impôs como condução que os Boston Terriers só seriam aceitos após a criação de 3 gerações de linhagens pura, mais ou menos da mesma forma que se deu o reconhecimento do nosso Terrier Brasileiro. Para garantir o controle, o AKC criou um registro particular para estes cães e foi assim que, em 1893, nasceu a primeira raça oficial norte-americana.

Com o reconhecimento oficial, os criadores passaram a aprimorar o plantel, fixando características físicas como as orelhas levantadas e com o temperamento dos cães, criados, inicialmente para combates mas que destinava-se, agora, principalmente à companhia. E foi como cão de companhia que estes cães com jeitinho de ´boxer miniatura´ se consolidaram como raça de destaque nos EUA.
No Brasil a raça ainda é pouco conhecida, apesar de estar presente no país há muitos anos, mas sem um número significativo de exemplares e criadores.


Como cão de companhia que se transformou o Boston Terrier é um excelente cão para pequenos espaços, especialmente adaptado à vida ao lado se sua família, são cães muito limpos e que não costumam ter muito cheiro, já que seus pêlos não caem muito e também não requerem escovações periódicas.
Muito alegres e brincalhões, são cães que se adaptam perfeitamente ao convívio com crianças acima de 6 anos, com as quais pode passar horas brincando já que elas saberão controlar a força e o tipo de brincadeira evitando acidentes que possam machucar o cão.
Apesar de gostarem de exercícios, especialmente em função do formato achatado do seu nariz, são cães que se cansam com facilidade e que requerem cuidados especiais nos dias mais quentes para que não sofram com problemas respiratórios.
Justamente porque foi desenvolvido, principalmente, para ser excelente cão de companhia, é uma raça que não suporta bem a solidão e nem se adapta bem à vida de cão ´de quintal´. Dos seus ancestrais Terriers, resta ainda a característica de ser um cão sempre alerta, o que fazer com que seja um excelente cão de alarme.
São cães que se adaptam com facilidade a outros cães, mas deve-se tomar algum cuidado para o convívio entre cães do mesmo sexo, especialmente machos mais dominantes. Segundo o ranking de inteligência do pesquisador Stanley Coren publicado no livro ´A Inteligência dos Cães´, o Boston Terrier está na 54a posição entre 79 possíveis.


Devido ao formato peculiar de sua cabeça, as fêmeas podem ter problemas no parto e por isso, normalmente são submetidas às cesarianas.
Em função de uma certa ´teimosia´ típica aos terriers, os filhotes devem ser educado desde cedo para que possam desenvolver-se adequadamente. Deve-se tomar especial atenção à questão da socialização do cão. No caso do Boston Terrier, é fundamental que o proprietário tenha muita paciência e persistência para que o resultado final seja um cão educado e de fácil convívio familiar.
São cães muito ágeis e por isso mesmo, deve-se evitar que o filhote pule grandes alturas para que o impacto não prejudique as suas articulações ainda em formação.



O Boston Terrier tem o pelo curto e liso, o que demanda poucos cuidados especiais por parte do proprietário na manutenção do cão sempre limpo. A cor ideal é a tigrada, com manchas brancas. O ´tigrado´ deve ser perfeitamente perceptível e as manchas distribuídas regularmente. Admite-se pelos negros com manchas brancas, mas a marcação tigrada é a preferida.


De maneira geral, são cães muito robustos e saudáveis. No entanto alguns cuidados devem ser tomados para garantir que se desenvolva corretamente. O primeiro cuidado especial é jamais expor o Boston Terrier ao calor ou frio excessivos. Essa precaução deve-se ao formato de seu focinho, curto, que o predispõe a problemas respiratórios. Também é recomendável que sejam evitados os exercícios e passeios nas horas mais quentes do dia.

Borzoi

O Borzoi é conhecido desde a Idade Média na Rússia, onde era a raça preferida pelos nobres na caça a lobos e em corridas. Nos séculos XV e XVI cruzamentos com outras raças foram feitos com o objetivo de aumentar o tamanho e a pelagem, melhorando o desempenho nas caçadas em clima frio. A crônica francesa do século XI testemunha que três Borzóis seguiram a filha do Grande Duque de Kiew, Anna Iaroslavna, quando ela chegou à França, para se casar com Henrique I. Entre os proprietários e os criadores, havia muitas pessoas célebres, incluindo os Tzars e os poetas: Ivan "O Terrível", Pedro "O Grande", Nicolas II, Pouchkine, Tourgueniew.
No início do século XIX havia sete variações distintas de Borzoi na Rússia. A que mais se assemelhava ao padrão atual da raça era o Perchino, criada pelo grão-duque Nicolai Nicolayevitch. Naquela época, o czar russo tinha como costume presentear seus visitantes com exemplares de Borzoi. Durante a Revolução Russa, muitos Borzois foram mortos porque eram intrinsecamente relacionados com a nobreza e a aristocracia.
Os exemplares remanescentes conseguiram propagar a raça, e, levado para os Estados Unidos, o Borzoi rapidamente adquiriu o status de cão glamouroso, freqüentemente visto ao lado de celebridades do cinema.
Seu nome vem da palavra russa que significa "rápido". Ao contrário da maioria dos cães, que usa o faro para rastrear, o Borzoi tem na visão seu sentido principal. Esse alto cão, que quase não sofreu mudanças em 100 anos, é de índole reservada, mas adora caçar. Na Europa, salvo raras exceções, é considerado como exclusivamente cão de luxo. Mantido na inatividade mais completa, perdeu as suas qualidades combativas tradicionais. Foi usado algumas vezes para a caça da raposa e da lebre; mas, principalmente nestas últimas, demonstrou poucas aptidões; a pequena presa não corresponde à importante estatura e peculiar constituição do borzói, desenvolvido para a caça de lobos.
Conhecido também como Russian Wolfhound, foi apresentado pela primeira vez numa exposição em 1891, na Inglaterra. No Brasil há vários criadores da raça, mesmo que ela não seja muito popular aqui assim como em outros países da Europa.


Pode-se dizer que a personalidade do Borzoi combina bem com sua origem aristocrática. É um cão de uma elegância singular e de temperamento único. Como a maioria dos cães da família dos sighthounds (que inclui os Afghans, Salukis e Whippets), é um cão inteligente, independente e sensível, que combina qualidades dos cães de caça e companhia de maneira peculiar. São muito discretos com pessoas estranhas e não são do tipo ´festeiro´ nem com as pessoas da família, apesar de, ao seu modo, serem extremamente amorosos com seus donos.
Sua independência não a indica para uma casa em que tenha que conviver com crianças, uma vez que pode se incomodar com suas brincadeiras. Se forem criados desde cedo em contato com crianças, o convívio pode ser melhor, no entanto, e até em função de seu tamanho (machos com no mínimo 70cm de altura) o contato deve ser sempre supervisionado por um adulto.
O Borzoi pode conviver bastante bem com outros cães e até mesmo com animais de outras espécies. O importante é que tenha sido acostumado desde cedo com eles para evitar problemas com o instinto caçador do Borzoi.
A paixão natural de um Borzoi por uma boa corrida faz com que não seja recomendado andar com um exemplar sem coleira. São cães bastante ativos e que necessitam de espaço para serem exercitados e desenvolverem a musculatura adequada para a raça.
Na escala de inteligência elaborada por Stanley Coren, em seu livro A Inteligência dos Cães o Borzoi está na 75ª posição. Mas se o objetivo for um cão obediente no sentido ´tradicional´, um cão que vá seguir todas as suas ordens, o Borzoi, assim como as demais raças deste grupo, não são os mais indicados.
Nos Estados Unidos são frequentemente vistos participando de competições de velocidade e agilidade, onde obtém excelentes resultados.


O Borzoi quando filhote é considerado um cão muito ativo e dinâmico, podendo vir a apresentar comportamentos destrutivos se não tiverem como extravasar sua energia. Por isso é fundamental que os filhotes tenham espaço para exercícios.
O ideal é que os cães sejam sempre exercitados em ambientes cercado (mais de 1,60m de altura) ou seguro, pois a qualquer momento ele pode resolver seguir seu instinto de caça e corrida e você pode acabar ficando sem o seu companheiro.
São cães sensíveis e de excelente memória, por isso as repreensões devem ser muito bem dosadas. Apesar de fugirem do estereotipo de cães "obedientes", são capazes de rapidamente compreender o que pode e o que não pode.


A pelagem do Borzoi é encaracolada e longa. Apesar do aspecto viçoso, a pelagem não requer cuidados especiais para sua manutenção, mas é fundamental que sejam bem escovadas com frequência para que se possa evitar a formação de nós.

Todas as combinação de cores são aceitas, menos com o azul, o marrom (chocolate) e todos os derivados dessas cores. Ainda no quesito COR, a pelagem pode ter cores uniformes ou separadas em manchas sobre o fundo branco. As franjas, os culotes e a Cauda em forma de penacho são consideravelmente mais claros do que a cor de fundo. Para as cores encarvoadas, a máscara preta é típica.


O Borzoi está propenso a apresentar torção gástrica. Esta doença caracteriza-se pela torção do estômago, causando compressão da circulação na região abdominal. Pode levar à morte, se o cão não for operado o mais rápido possível.
Outra característica especialmente grave para todos os cães deste grupo é a sensibilidade a anestesias, que devem ser muito bem estudadas pelos veterinários que cuidam de exemplares da raça.
   
 

 
Referências Utilizadas
Para Saber Mais:


 
Fale com a Gente
 

Border Collie

O Border Collie é um cão de pastoreio e trabalho, desenvolvido pelos britânicos há mais de cem anos. É uma raça portanto relativamente jovem, mas nem por isso suas origens são precisas, isso porque seus ancestrais já exerciam suas funções desde o século XIV. Os primeiros indícios da formação do Border Collie datam de 1570, quando os primeiros exemplares começaram a ser descritos.
 
 
O desenvolvimento do Border Collie, ao contrário do que aconteceu com muitas raças, sempre foi pautado por suas características de trabalho, ou seja, acasalavam-se os exemplares com melhor desempenho para as funções específicas sem tanta preocupação com o seu tipo físico. Talvez seja por isso que até hoje os Borders conservem como principal característica física a aparência rústica. Outro dado que confirma essa tese é que a grande maioria dos Borders é registrada apenas nos clubes da raça voltados para o desempenho do pastoreio e não dos kenneis gerais. A importância ao desempenho do cão nas suas atividades originais é tão grande que as associações emitem registros de avaliação dos cães para o pastoreio e organizam competições apenas entre os melhores exemplares.
Apesar de ser um cão extremamente popular em seu país de origem, o Border começou a ganhar reconhecimento no Brasil após sua participação em comerciais como o do Unibanco e em filmes, como o Babe, o Porquinho Atrapalhado.

fbordercollie49.jpg (20569 bytes)
O Border é, antes de mais nada, um trabalhador. Desenvolvido para o trabalho, pode ser considerado por muitos um workholic. Sua principal característica – pela qual foi selecionado durante tantos anos – é a capacidade de lidar especialmente bem com rebanhos. Em seu país de origem, estima-se que 98% de todas as propriedades rurais utilize cães para auxiliar no trabalho com o rebanho, e grande parte destes cães são borders.
É um cão com extrema vitalidade e uma enorme necessidade de executar tarefas, por isso não é incomum encontrar relatos de borders que, na falta de um rebanho de ovelhas para cuidar, acaba pastoreando patos, crianças... enfim, qualquer coisa que se mova.
Segundo o pesquisador Stanley Coren, autor do livro A Inteligência dos Cães, a raça está em primeiro lugar entre as 133 que tiveram sua inteligência de obediência e trabalho. De acordo com o levantamento, 190 dos 199 juízes participantes situaram o Border entre os dez melhores, o que lhe garantiu a liderança do ranking.
No entanto, a inteligência e a habilidade para resolver situações complexas pode se transformar num problema para o dono, uma vez que da mesma maneira que aprende as coisas que o dono quer, aprenderá na mesma velocidade coisas que são absolutamente dispensáveis.
A principal característica do Border ‘em ação’ é o seu chamado ‘power eye’. É através de seu olhar ‘penetrante’ que ele consegue, apesar do tamanho, dominar rebanhos com tanta eficiência.
EuchLambs.jpg (18309 bytes)Dependendo do tamanho dos rebanhos os borders trabalham em grupo e através de um treinamento sofisticado e ao mesmo tempo simples, os pastores conseguem que cada cão responda ao seu ‘assobio’ particular e desempenhe assim atividades relacionadas mas independentes dos demais cães.
Além de suas atividades originais, o Border é um exímio atleta. Por suas características físicas, tem uma enorme agilidade e velocidade, o que garantiu à raça um papel de destaque nas competições de agility, fly ball e jumping. A superioridade dos border na prática do agility é tão acentuada que para eles foi criada uma categoria especial, onde concorrem apenas entre si, dando assim alguma chance às demais raças nas categorias gerais.


fbordercollie21.jpg (8326 bytes)Uma característica marcante dos borders é a sua precocidade e energia. Segundo treinadores, os Borders começam seu desenvolvimento antes das demais raças e por isso estão 'prontos' mais cedo que os demais.
Para os pequenos filhotes a principal motivação para o aprendizado é o interesse do dono. Assim, um bom dono é capaz de obter excelentes resultados com um Border mesmo com poucos meses.
O instinto de pastoreio do Border é ainda tão forte que mesmo os pequenos filhotes já começam a assumir a pose típica da raça quando trabalha: colocando a cabeça para frente, patas da frente abaixadas e garupa alta. Segundo os estudiosos, essa postura é uma aliada na intimidação das ovelhas.10154139.jpg (9779 bytes)
fbordercollie33.jpg (7306 bytes)Apesar do tamanho e por ser um cão desenvolvido para o trabalho, não é recomendado para áreas pequenas onde não possa realmente gastar sua energia em atividades ‘úteis’. Um border entediado é capaz de se transformar num cão bastante destrutivo e arteiro.
Quanto às crianças, dá-se bem com elas, mas seu instinto de pastor pode assustá-las se forem muito pequenas.
Quanto à higiene, banhos podem ser dados mensalmente, mas as escovações devem ser freqüentes para manter a pelagem sempre na melhor forma. Nos de pêlo longo, mais ainda: de preferência, todo dia.


fbordercollie35.jpg (12675 bytes)Até em função de ter sua criação essencialmente voltada ao trabalho, a raça não segue um padrão muito rígido quanto ao tipo físico desejado e assim há uma grande variedade de cores e marcações possíveis para o Border, normalmente em preto, marrom, vermelho, e até mesmo o azul merle, sobre fundo branco, que não deve ser predominante.border-corel.JPG (9147 bytes)
O padrão adotado pela CBKC – entidade brasileira de cinofilia, determina algumas características que todo Border deve ter, como por exemplo um corpo um pouco mais comprido do que alto, o porte médio com cerca de 50 cm na altura da cernelha, o focinho relativamente fino, as orelhas afastadas e inseridas no alto da cabeça, a cauda moderadamente comprida.
O pêlo pode ser curto ou longo; as orelhas eretas ou semi-eretas.


fbordercollie34.jpg (15991 bytes)O Border está sujeito a alguns males hereditários. Um é a Atrofia Progressiva da Retina, conhecida como PRA central, uma atrofia da retina devido a depósito de melanina, que pode aparecer a partir dos três anos. Esta doença, que chegou a afetara 12% dos cães ingleses na década de 80, alcança hoje apenas cerca de 1% do plantel na Inglaterra.
Outro problema que pode acometer os Borders é a CEA (Anomalia do Olho do Collie), um descolamento da retina e que aparece bem cedo no Border. A CEA resulta em sangramentos e cegueira e atingem cerca de 2% dos exemplares.
Casos de displasia coxo-femural (anomalia no encaixe do fêmur e da bacia) também já foram relatados, mas são mais raros.