
Segundo os estudos do professor Reul (renomado historiador e especialista em cães belgas), Bouvier des Flanders seria descendente do cão das turfeiras, um animal selvagem que foi pouco a pouco domesticado pelo homem. Com o passar dos séculos e seguramente no norte da França, na Bélgica e nos Países Baixos, este cão teria dado origem aos antepassados dos pastores Picard, Holandês, Belga e a diversos Bouviers que antes viveram nessas regiões.

Qualquer que seja a teoria sobre a evolução do Bouvier, é certo que é uma raça que se fixou tarde. Durante muito tempo, tanto na Bélgica como nos Países Baixos e na França, foram muitas as variedades de Bouviers. Conforme o país, Bélgica ou França, chamavam-lhes "Bouvier des Flanders Belga" ou "Bouvier des Flanders Francês".
A Sociedade Real de São Humberto tomou conhecimento da raça em 1910 quando dois exemplares foram exibidos numa exposição internacional realizada em Bruxelas e só em 1912 um padrão foi adotado, nesta ocasião, por iniciativa do Bouvier Club de Courtrai. Para idealizar este padrão, os cinólogos belgas decidiram escolher o Bouvier des Roulers, descrito como um cão fila de pêlo negro, cabeça larga e expressão nobre e inteligente. Mas este padrão era muito diferente do que os criadores franceses defendiam na época, o que fez com que a raça tivesse 2 padrões diferentes entre o final da Primeira Guerra Mundial até meados dos anos sessenta.


Mas foi apenas em 1965, que o clube dos adeptos franceses dessa raça firmou um acordo pelo qual se adotou um padrão único, que é o que está atualmente em vigor e cuja nacionalidade é franco-belga.
O Bouvier de Flandres destaca-se acima de tudo como um cão de trabalho e apesar de ter seu tipo padronizado, uma das grandes preocupações dos criadores na Bélgica é com a possível perda das qualidades funcionais que o tornou tão útil no trabalho nas fazendas, como boiadeiro e guardião do gado e da propriedade.

O Bouvier de Flandres é, acima de tudo, um cão de trabalho, e como tal deve ser inteligente, tranqüilo , equilibrado e muito valente, qualidades essências não apenas na função com os rebanhos, mas também para suas funções de cão de guarda.
Bastante afetivo e protetor com os membros de sua família e dotado de um sentido de iniciativa muito desenvolvido, é capaz de defender o dono quando estiver em perigo mesmo que não tenha sido adestrado especialmente para esta função. As mesmas características não o recomendam para donos inexperientes ou que não saibam se impor ao cão como líder.

É um cão com grande energia e resistência, sendo muito indicado para pessoas que tenham uma vida ativa e que desejem um companheiro para caminhadas e outras atividades como agility. Seus reflexos e grande destreza, fazem do Bouvier des Flanders um excelente cão de resgate, motivo pelo qual é freqüentemente utilizado no socorro a vítimas de catástrofes e combate anti-drogas.
Na classificação do pesquisador Stanley Coren, em seu livro ‘A Inteligência dos Cães’, o Bouvier ocupa a 29ª posição entre as 133 raças pesquisadas.


Os filhotes, assim como os adultos, são bastante ativos e curiosos. É comum que só atinjam a maturidade mais tarde do que as demais raças e por isso, é fundamental que, durante o período de crescimento, o proprietário saiba impor seus limites e inicie o processo de educação do filhote. É importante sempre lembrar que como é um cão que terá um porte grande e força atlética acima da média, capaz de intimidar qualquer um, é fundamental que o filhote realmente perceba desde cedo que não é ele quem manda ou determina as rotinas da casa. O treinamento de obediência é absolutamente essencial para a raça, inclusive porque reforça os laços entre cão e proprietário.
Seu porte físico e alto nível de atividade, não o recomendam para apartamentos. É um cão que foi desenvolvido para viver em espaços amplos e de preferência, ao ar livre, com espaço suficiente para que possa ir e vir à vontade, desempenhando o seu papel de guarda.
Apesar de tolerar relativamente bem a solidão, não é indicado para proprietários que não queiram realmente partilhar as atividades com o cão. Por isso, é importante que o cão esteja inserido na rotina da família.


Sua cor varia desde o amarelo até o preto, passando pelo sal-e-pimenta, cinza e tigrado.
Para manter a textura (áspera) e aparência do pelo, é importante escová-lo semanalmente. Os banhos devem ser evitados. Se o cão estiver realmente sujo, pode-se limpar o pêlo com um xampu seco próprio. Mas deve-se cuidar para que a pelagem conserve um aspecto natural. Da mesma maneira, não se deve cortar os bigodes e as sobrancelhas, bastando penteá-los de modo a que não fiquem na frente dos olhos.
As orelhas devem ser cortadas nos países em que esta prática é permitida, como o Brasil. Já em países como a Grã-Bretanha e Alemanha, os cães não devem ser operados. A cauda também pode ser amputada nos países em que não há restrições. Alguns exemplares podem nascer anuros.

- Algumas linhagens apresentam maior predisposição para apresentar displasia coxo-femural. Por isso é importante adquiri cães cujos criadores realizam o controle de displasia do plantel.
- Também existem relatos de problemas relativos à tireoide.
Nenhum comentário:
Postar um comentário